Hoje em dia, qualquer fã de FA um pouco dedicado sabe mais ou menos o que vem a ser a "West Coast Offense" (WCO): um sistema ofensivo criado pelo ex-treinador do 49ers, Bill Walsh (foto), onde se privilegia o jogo aéreo, principalmente os passes curtos. Esse sistema fez história no 49ers, onde foi utilizado de 1979 até 2006, quando foi contratado Norv Turner, que utiliza o "vertical passing". Bom, o site Scout.com vêm fazendo investigações acerca da origem da WCO e descobriu algumas coisas bem interessantes que eu vou passar adiante neste Post.
Em primeiro lugar, Bill Walsh nunca gostou do termo "West Coast" para designar seus sistema. A história oficial diz que um repórter, que cobria o Bengals (equipe onde Walsh desenvolveu a WCO), usou o termo erradamente, pois a WCO era a também conhecida "Gillman - Coryell Offense" (que é o nome oficial do já mencionado "vertical passing", de treinadores como Ernie Zampese, Joe Gibbs e Norv Turner), um sistema completamente diferente do de Walsh, uma vez que focava no jogo corrido, e, quando passava, eram sempre passes longos. Simples, não? Nem tanto.
O problema era que, originalmente, o sistema de Walsh TAMBÉM privilegiava os passes longos. Foi uma peça do destino que mudou completamente o rumo da WCO. Isso porque Walsh começou sua carreira sob a comando do lendário Al Davis, que utilizava o "vertical passing". O jovem treinador apreendeu o sistema e, após sua única temporada no Raiders, foi para o Cincinatti Bengals implementar sua variação da "Gillman Offense".
Como esse sistema privilegia os passes longos, era evidente que seria necessário um QB com uma canhão no lugar do braço. O Bengals draftou então Greg Cook, que em seu primeiro ano teve uma média de 17.5 jardas por passe completo, um recorde para um rookie que dura até hoje. Foi aí que o destino aprontou das suas. Cook teve uma lesão seríssima no ombro e foi forçado a abandonar a carreira.
O novo QB, Virgil Carter, era menor e mais ágil, porém com um braço mediano. Possuía também excelente precisão e grande inteligência. Para adaptar a WCO ao estilo de Carter, Walsh foi forçado a reduzir a profundidade das rotas dos recebedores. Sendo Carter um QB de raciocínio rápido, Walsh utilizava 3 ou 4 recebedores de uma vez em rotas curtas e médias, criando os mismatchs contra linebackers e safeties. Ao invés de correr, nesse novo sistema os running backs faziam rotas de 4-5 jardas, o que significa dizer que o time podia passar em qualquer circunstância. O timing era essencial e os drops eram basicamente de 3 ou 5 passos.
Em 1979, Walsh levaria a WCO para um time da West Coast, o San Francisco 49ers. Para isso, precisaria de um QB ágil, preciso e inteligente. Mas isso fica para os próximos posts, onde tentarei contar a história dos 5 Super Bowls.
Obs: eu sei que essa história é meio complicada. Eu me esforcei para expô-la de maneira bem clara, mas se alguém tiver alguma crítica é só comentar.
5 comentários:
Muito foda! ta bem explicado sim! Grande Abraço !
Dudu #50 Niterói Warriors e Torcedor do Niners!
Valeu pelo elogio Dudu, abração.
O famoso colunista Paul Zimmerman (Dr Z, da CNNSI) fica fulo da vida qdo chamam o ataque criado por Walsh de
WCO...
Ele sempre prefere o termo
"Cincinnatti offense" uma vez que Walsh instalou esse sistema nos Bengals de Paul Brown...
Importante lembrar que ao sair dos Bengals (pq Paul Brown podava os anseios de voo mais altos de seus assistentes), Walsh aprimorou seu sistema na Universidade de Stansford e depois levou-o de volta à NFL, só atingindo a chamada perfeição em 1981, no 3o ano de Joe
Montana nesse sistema...
Abração
Pois é Felipe, o problema é que por mais que o Walsh e o Zimmermann não gostem, esse nome nunca irá mudar. :)
concordo totalmente com a assertiva.
É mais fácil para o publico em geral ligar WCO com 49ers, comose tivera brotado ali de uma hora pra outra, do que traçar as raízes do sistema há tempos longínquos... :-)
Mas o que importa foi que o sistema levou a Dinastia 49er ao topo da NFL e tornou a organização sinonimo de sucesso...
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